Hora de escrever sobre a minha viagem para a Rússia!
De todos os lugares do mundo, a Rússia é o que eu mais sonhei em conhecer. Não entendia muito bem porque, entre tantas viagens marcadas, este nunca era meu próximo destino. Mas depois de ter voltado, enfim, de uma viagem ao país, neste setembro de 2015, pude entender: demorei pra ir porque estava tudo sendo preparado para que fosse PERFEITO. A Rússia cinzenta e gelada que muitos dizem conhecer, e que vemos em tantas fotos alheias, não foi a Rússia que eu vi. Minha Rússia tinha céu azul, tinha sol brilhando, fazia de 15 a 25ºC no outono e era o país mais sensacional em que eu já estive.
Depois de quase 100 anos, fomos os primeiros da família a colocar os pés novamente nessa terra, de onde meus bisavós fugiram para a América com os filhos, escondidos no porão de um navio, após a Revolução Bolchevique (ou Revolução Russa de 1917). Foi forte. Esse assunto “Rússia” mexe demais comigo (coisa de sangue, de pele, de vidas passadas… Sei lá!!) e estar em contato com tudo isso que faz parte de quem eu sou hoje, me emocionou muito (e ao meu pai também). Deu mais saudade da vovó Natália!
E nessa viagem, eu chorei. Chorei quando o avião pousou em São Petersburgo, chorei quando vi o Palácio de Inverno pela 1ª vez, chorei quando consegui ler dezenas de placas em cirílico e falar minhas primeiras palavrinhas em russo (in loco!), chorei ao ouvir a história (que eu tanto estudei) sobre todos os czares, chorei ao pisar na Praça Vermelha e ver a Catedral de São Basílio, ali, tão colorida, na minha frente, e claro, como não seria diferente, chorei no dia de ir embora (e já estou chorando de novo escrevendo o post e revendo as fotos para colocar aqui… hehehe).
Bom, deixando as lágrimas de lado, aqui estou para contar a vocês as principais dicas da Rússia, um pouco de história, os lugares mais lindos, alimentação, melhor época para ir, uma noção de preços, meus “achadinhos”, e muito mais. E, assim, deixar vocês com vontade de conhecer esse país, e ajudá-los no planejamento.
Gosto de fazer um post de introdução quando vou relatar um país mais “complexo”, com mais características próprias, como foi o caso da Índia, da Tailândia e agora da Rússia. Aqui vou apresentar uma visão mais ampla, com um pouco de tudo o que você precisa saber antes de visitar o país. Na sequência, escrevi especificamente sobre São Petersburgo & Moscou – que são as “duas capitais” (Moscou é a capital mais antiga, e voltou a ser após a queda dos czares, e São Petersburgo foi capital de 1713 a 1918.).
Seja bem-vindo a Rússia!
Ou melhor… Добро пожаловать в Россию!
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Nosso itinerário (“As Duas Capitais”):
- 3 dias inteiros em São Petersburgo
(Com o passo um pouco mais apressado, dava para fazer tudo em 2,5 dias)
- 3 dias inteiros em Moscou
(Foi o tempo ideal. Menos que 3 dias ficaria muito corrido. A cidade é enorme e cheia de coisas interessantes para ver)
Para ir de uma cidade a outra, o melhor jeito é de trem de alta velocidade SAPSAN, que faz o trajeto de mais de 700km em menos de 4 horas. Compre sua passagem pelo site RussianTrains.com. O cartão de embarque chegará por e-mail (só imprimir e embarcar), e será uma viagem super agradável.
Todos os tipos de vagões e classes são confortáveis (não precisa pagar mais caro pra ir em um vagão melhor). Pagamos cerca de 150 dólares por pessoa para ir de Business Class, mas há passagens mais baratas e outras categorias mais caras.
Atenção: outros trens que NÃO são de alta velocidade também fazem o mesmo trecho em muuuito mais horas de viagem. Portanto, cuidado na hora de comprar… Escolha a opção “SAPSAN High Speed”, com travel time em torno de 4 horas.
Muita gente começa a viagem por Moscou e depois vai para São Petersburgo. Nós fizemos o contrário e sinto que foi a melhor decisão que tomamos. São Petersburgo tem cara de Europa. É Rússia, mas com um pé no mundo ocidental. As placas e cardápios estão em cirílico, mas muitos também estão no nosso alfabeto. A cidade é cosmopolita, muita gente fala inglês… Já Moscou é RÚSSIA mesmo hehehe (aquela Rússia do estereótipo). Portanto, começando por Moscou, o choque seria maior e talvez você precisaria de mais tempo para se adaptar e começar a curtir de verdade, sem perrengues. Melhor começar por “Peters” (como é carinhosamente chamada) para ir se familiarizando, e depois ir para a capital Moscou. Recomendo!
Extra:
Desenvolvemos um GUIA BÁSICO DA RÚSSIA versão digital com 46 páginas (arquivo PDF, pra você ler no celular, no tablet ou imprimir). Compacto e completo, com todas as informações que você precisa para planejar a sua viagem e aproveitar o melhor de São Petersburgo e Moscou. Por apenas R$50. Para comprar clique aqui ou no botão “comprar” abaixo. Atenção: o guia é enviado manualmente por mim, portanto, após o pagamento, envie um email para hello@lalarebelo.com com o título ***GUIA DA RÚSSIA + seu nome*** e o comprovante de pagamento em anexo, e aguarde.
Sobre o lugar
*** LIVROS & FILMES – Para se preparar antes da viagem ***
Sério, não vá a Rússia sem estar inteirado de sua história fascinante. É mais ou menos como ir ao Egito e nunca ter ouvido falar das pirâmides, sabe?! Um desperdício! Eu ENGOLI praticamente tudo o que achava pela frente que continha algo de “Rússia” e posso afirmar que valeu muuuito a pena ter visitado o país com uma boa noção da vida dos czares (golpes, guerras, casamentos, bailes, lendas…), das Revoluções, do looongo período da União Soviética e até mesmo da política atual, que tem Putin como figura central. Tudo fez mais sentido.
Por isso, antes de ir, recomendo:
[LER]
- “Catarina, A Grande – Retrato de uma mulher” – de Robert K. Massie | Uma biografia tão bem escrita que até parece um romance. Conta a história da princesa alemã que foi levada para a Rússia aos 14 anos para se casar com o futuro czar, destronou seu marido e se tornou a czarina mais memorável da história do país. Que mulher brilhante!!!
- “O Palácio de Inverno” – de John Boyne | O autor de “O menino de pijama listrado” sabe bem como criar um romance fascinante utilizando-se de fatos históricos. Ambientado na Rússia dos anos 1900’s, é interessante para conhecer os últimos anos do czarismo no país e o início do período comunista, além de se apaixonar pelos personagens.
- “Amor em São Petersburgo” – de Heinz G. Konsalik | Mais um romance ambientado em um fato histórico: a Rússia em seus últimos anos de czarismo, a Revolução e a Primeira Guerra Mundial, que obriga a colocar um casal Alemão-Russo em lados opostos.
- “Com vista para o Kremlin” – de Vivian Oswald | A jornalista brasileira relata seus anos morando na Rússia e conta curiosidades e “mistérios” do país nos dias de hoje.
[ASSISTIR]
- “Anastasia” | Desenho animado de princesa foooofíssimo que conta a história da Anastásia, uma das filhas do último Czar Nicolau II, que de acordo com lendas (ou fatos?! Não se sabe ao certo…), conseguiu fugir. Traz também a figura do “bruxo” Rasputin.
- “Revolução Russa de 1917 – História Banguela” | Essa é uma aula de história pelo Youtube com professores MUITO engraçados!! Dá pra entender direitinho como começou o comunismo no país. São apenas 10 minutinhos.
- “Crimes Ocultos (Child 44)” – diretor: Daniel Espinosa | Suspense político ambientado na União Soviética em 1953. Com Tom Hardy no papel principal, mostra a dureza de se viver em um período com tanta repressão.
Existem vários filmes que contam a história da Catarina, A Grande. O livro é excelente, mas se não estiver animado para as 600 e tantas páginas, recomendo assistir algo. O importante é não ficar sem conhecer a história dessa imperatriz (que eu sou fã!!! 🙂 ).
Um pouquinho de…
*** GEOGRAFIA ***
A Rússia, com mais de 17 milhões de km2, é o maior país do mundo. Pra você ter uma ideia do tamanho, cabem mais de 2 “Brasil’s” dentro de seu território. Fica em uma área chamada “Eurásia”, porque ocupa grande parte da Europa Oriental e do norte da Ásia. É até bizarro pensar… O país é TÃO grande, que de um lado, está colado em países europeus como a Finlândia, e do outro lado, faz fronteira com a China! Cobre 1/9 da área do planeta.
As duas cidades que visitei, Moscou e São Petersburgo, ficam na parte Européia do país (são as duas maiores e principais cidades). Essa parte européia corresponde a apenas 25% do território, mas quase 80% da população vive ali. O país inteiro possui 143.5 milhões de habitantes (dados de 2013).
Moscou é a capital e tem 12 milhões de habitantes (a “Grande Moscou” tem quase 20 milhões) e São Petersburgo, a 2ª cidade russa, tem aproximadamente 5 milhões.
*** HISTÓRIA & POLÍTICA ***
Quem não gosta de história, pode pular pra parte seguinte “CLIMA – Quando ir?”… Mas garanto que a história da Rússia é mais interessante do que muito filme! 😛
Para os muito entendidos… Gente, é sóóó um resumo!! Sem “enviesar lados” e sem absoluta precisão de datas e ordem cronológica.
A história da Rússia é antiquíssima e nem cabe aqui contar tudo em detalhes. Melhor começar pela ascensão de Moscou, que se deu durante o reinado de Ivã III (1462-1505). Mas só no reinado de seu neto, o icônico Ivã – O Terrível (1533-1584) é que a palavra CZAR (ou tzar) apareceu pela primeira vez. Ele mesmo inventou o termo para definir quem seria o “chefão” de todas as Rússias (se inspirou no nome de Julio CÉSAR, do Império Romano). Bom, pelo apelido “Terrível” vocês já podem imaginar como era sua personalidade… O Czar sofria de paranóia e, em acesso de raiva, acabou matando seu único filho capaz de assumir seu lugar após sua morte.
E então a Rússia passou por um período turbulento, sem liderança… E foi assim que surgiu uma nova dinastia (em 1613), nomeada pelos cidadãos de Moscou: os famosos “ROMANOVS”, que reinaram por 300 anos, até o fim da monarquia russa, derrubada pelos revolucionários.
Essa Rússia, governada pelos Ivãs e pelos primeiros Romanovs, era uma Rússia diferente de tudo o que você pode imaginar, em termos de arquitetura, costumes e vestimentas. Um estilo muuuito próprio. É possível ver lembranças dessa época em Moscou. Repare nos edifícios antigos… Nas roupas e coroas usadas pelos czares… Era algo que, na minha opinião, tinha muito mais similaridades com o Oriente do que com o Ocidente. Um mix de Turquia, Índia & Arábias, e nada de Europa. São Petersburgo não tem NADA a ver com Moscou nesse quesito.
Até mesmo na religião ortodoxa, a figura da mulher na sociedade era mais parecida com o islamismo do que com o cristianismo. Não ficavam nos mesmos ambientes que os homens, não saíam em público e não tinham importância na vida política.
De 1682 a 1725 reinou o czar Pedro – O Grande, que foi um verdadeiro “revolucionário” para aquele tempo. Foi o primeiro czar a ir para o exterior, a conhecer a Europa (e a se encantar com ela) e, somado ao fato de não gostar nada de Moscou, decidiu construir uma nova capital para o país, nas margens do Rio Neva: São Petersburgo – mais fria, porém “coladinha” nos vizinhos Europeus. Peters foi a capital por 200 anos.
Pedro – O Grande estava disposto a modificar a cara da Rússia e foi, aos poucos, transformando-a em um país parecido com as cortes européias. São Petersburgo, a “janela da Rússia para a Europa”, parece até uma Viena ou uma Paris, por exemplo, cheia de palácios clássicos (só que muito mais imponentes). Até as roupas mudaram, de longas e largas batas, para vestidos rodados. Os homens foram proibidos de usar barba, já que europeus não tinham esse costume. Quem desobedecesse, pagaria imposto.
Após Pedro – O Grande, as mulheres passaram a conviver em público, a assumir papéis políticos e viveram nos mesmos palácios (e nos mesmos aposentos) de seus maridos.
Após a morte de Pedro – O Grande, várias mulheres governaram o país. As mais marcantes foram Elisabete, sua filha, e Catarina – A Grande, uma princesa alemã que destronou seu marido (já falei dela acima – sou fã!! hehehe).
Elisabete era bem maluquinha (com todo o respeito rs) e você poderá ver seus feitos nos palácios de São Petersburgo. Era exagerada e extravagante… Tudo em que colocava os olhos ou as mãos tinha que ter luxo, ouro e sofisticação. Em 1762, Catarina II (mais tarde, nomeada de A Grande), usurpou o trono de seu marido Pedro III (sobrinho de Elisabete, que, sinceramente, era um boboca) e levou a Rússia ao ápice do poder e prestígio. Catarina era uma visionária… Ganhou várias guerras, ampliou territórios, fez várias tentativas para mudar o sistema jurídico russo e foi quem fez as primeiras aquisições de obras de arte, que deram origem ao Museu Hermitage, um dos maiores do mundo.
Repare nas fotos abaixo a mudança de estilo que Pedro O Grande estabeleceu, comparado ao estilo russo anterior:
Após um longo período de glórias, marcado pela vitória sobre Napoleão, que levou a Rússia a ser reconhecida como potência mundial (Czar Alexandre I / 1801-1825), aos poucos foi se instaurando uma crise no país.
Com o governo nas mãos de Nicolau II (1894-1917), ocorreu o desastroso episódio chamado de “Domingo Sangrento” (1905) – uma manifestação recebida a tiros pelo czar, que desencadeou mais e mais greves. Somado a muitas decisões desastrosas desse czar e uma população cansada de ser ignorada, e ainda “inflada” pelas ideias revolucionárias, o czar foi forçado a abdicar.
Bom… Depois disso, a história é bem conhecida do público em geral: em 1918, os revolucionários bolcheviques, com os lemas “Todo poder aos sovietes” e “Paz, pão e terra”, tomaram o poder, liderados por Vladimir Lênin. Uma cena marcante foi a invasão do Palácio de Inverno. Foi a primeira revolução socialista do século XX.
Na prisão em Ecaterimburgo, onde o ex-czar Nicolau II se encontrava com sua família (sua esposa Alexandra, suas quatro filhas Tatiana, Olga, Maria e Anastásia, seu filho Aléxis e duas serviçais), todos foram brutalmente chacinados pelos Bolcheviques. Daí surgiu a lenda de que os dois filhos mais novos, Anastásia e Aléxis, conseguiram fugir, pois os ossos dos dois não tinham sido encontrados. Aliás, um mecânico que morreu em 1996, que era da minha cidade Cuiabá, afirmou a vida toda ser o filho do czar que conseguiu fugir dos Bolcheviques. Seráá?! E a Anastásia, onde está?! 😉 Será a bisa? hehehe.
Moscou voltou a ser a capital russa.
Em 1922 foi criada a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), que durou até 1991 (69 anos). Ao longo de sua existência, foi formada por 15 repúblicas, ocupando um território de aproximadamente 22 milhões de km2. Os países eram: Rússia, Ucrânia, Bielorússia, Lituânia, Letônia, Estônia, Geórgia, Armênia, Azerbaijão, Cazaquistão, Moldávia, Quirguistão, Tajiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão.
Após a morte de Lênin, Joseph Stálin se instalou no poder, destituiu rivais e criou sua ditadura. Foi um período de grande repressão, perseguição e terror.
Um marco do governo de Stálin foi a Segunda Guerra Mundial. Em 1941, a Alemanha Nazista invadiu a União Soviética e até tiveram sucesso no início da ocupação. Um dos atos conhecidos foi o Cerco a Leningrado (atual São Petersburgo), no qual a cidade ficou sitiada por 900 dias por tropas militares nazistas. Os russos não podiam sair dali e muitos morreram de fome, mas nunca se renderam.
A Segunda Guerra é chamada pelos russos de Grande Guerra Patriótica. Mais de 25 milhões de Soviéticos morreram, e desses, mais de 10 milhões eram civis (representa 1/3 dos mortos de todo o conflito!!). E mesmo assim, a Rússia ainda conseguiu vencer Hitler, e tomaram Berlim em 1945.
Deu-se início então à Guerra Fria, período em que as duas super potências mundiais da época, URSS e Estados Unidos, disputavam sua influência sobre o mundo. O socialismo soviético conseguiu se expandir de tal forma que conquistou países até mesmo “do lado de cá” do mundo (Cuba). Essa disputa durou de 1945 até a dissolução da URSS, em 1991. Não era apenas uma disputa territorial e militar, mas também política, tecnológica, social e ideológica.
Stálin morreu em 1953 e, depois dele, alguns nomes passaram pela liderança do governo. Uns denunciavam e renegavam a postura do Stalinismo, outros também eram bem duros como o antecessor… Porém, em 1980 a crise passou a ameaçar a grande potência socialista. A falta de alimentos e outros produtos em geral, causou enorme insatisfação da população.
O último líder da URSS, Gorbachev (a partir de 1985), apresentou políticas para tentar democratizar o governo e acabar com a estagnação econômica (glasnot e perestroika). A crise política se tornou ainda mais forte e assim se iniciou a desintegração do grupo, começando pelos países do báltico. Em dezembro de 1991, a União Soviética estava dissolvida.
Em 1991, ocorreu a primeira eleição direta presidencial da história do país, na qual venceu Boris Yeltsin. Anos mais tarde, Yeltsin renunciou e quem assumiu foi o famoso (quase celebridade) Vladimir Putin, que ganhou a eleição para presidente em 2000. Até hoje é ele quem está no poder, pois reveza com seu primeiro-ministro Medvedev. Putin é reconhecido por retomar a ordem e a estabilidade do país e é muito querido pelo povo, com seu estilo de governo conservador e nacionalista. Bom… Pelo menos é o que se diz por lá! 🙂 Acho que há tanto souvenir com fotos do Putin na Rússia como há do Baby George na Inglaterra!! hehehe. Os russos o chamam de “czar da atualidade”.
O que senti é que ainda há um certo clima de mistério no ar, no qual a população não sabe abertamente de decisões do governo, mas aceita e confia nos seus governantes (ou pelo menos, TEM que aceitar! rs). Por exemplo, ninguém sabe onde o Putin mora, pois é um segredo de estado e isso é normal. É assim e pronto!
Símbolos como a bandeira soviética (fundo vermelho, foice e martelo cruzados na cor amarela, e estrela de cinco pontas) deixaram de existir após a dissolução da URSS, e o símbolo nacional voltou a ser o mesmo brasão da época imperial, a águia com duas cabeças.
*** CLIMA – Quando ir? ***
É muito importante escolher bem a época para visitar a Rússia para evitar aquele frio intenso pelo qual o país é tão conhecido (de novembro a março).
A segunda quinzena de junho é muito procurada por causa do fenômeno “Noites Brancas”, no qual o sol praticamente não se põe e não há noite. Nessa época, as cidades ficam lotaaadas de turistas, e a hospedagem também pode sair bem mais cara.
O verão como um todo (junho, julho e agosto) é uma época boa, porque as temperaturas são mais amenas, quase sempre perto dos 20ºC, e os dias são bem mais longos (porém, a probabilidade de chuva é maior). O problema é que as cidades ficam muito muito cheias. 🙁
Nós escolhemos ir no outono, que na Rússia começa em 1º de setembro. Fomos na segunda quinzena de setembro e foi PERFEITO. Quando programei a viagem, mal sabia que era uma época tão boa! Segundo nossa guia, trata-se do “verão da mulher”, quando o calor faz um “flashback” após ter ido embora no final de agosto… E depois se vai de vez no fim do mês, quando as temperaturas caem absurdamente (pra você ter uma ideia, peguei 25ºC em Moscou no dia 18 de setembro. Menos de duas semanas depois, estava NEVANDO na cidade). O bom dessa época que fomos foi que a cidade não estava muito cheia de turistas. Achei tudo bem tranquilo e os preços mais baixos do que na alta temporada do verão.
Não vá a Moscou na última semana de agosto e nem nas primeiras semanas de setembro, pois fecham a Praça Vermelha para as comemorações do aniversário da cidade. Você pode até passar pela praça, mas por cantinhos apertados, de onde não conseguirá ver os monumentos com uma certa distância. Aí não dá, né?! 😉
Dizem que os meses de abril e maio (primavera) também são bons para visitar o país, mas cuidado com o gelo do inverno que ainda está derretendo. Evite estar na Rússia no dia 9 de maio, quando comemoram o Dia da Vitória (em memória da rendição nazista de 1945). É feriado, tudo está fechado, e as praças e monumentos mais importantes estão lotados para as comemorações.
Algumas fotos dos dias lindos de outono que pegamos nas duas cidades:
*** IDIOMA RUSSO ***
O russo é uma língua eslava falada como idioma oficial na Rússia, Bielorússia, Ucrânia, Cazaquistão e Quirguistão. Também é falada não oficialmente em alguns outros países que fizeram parte da URSS.
Apesar de ser um idioma que assusta, por causa do alfabeto cirílico, não é uma língua absurdamente difícil de aprender. Claro, tem que começar do zero, na alfabetização, aprendendo cada letrinha do alfabeto que é diferente do nosso. Mas quem fala português, já sabe emitir todos os sons do idioma russo. Algumas palavras são originadas do latim. Achei o Húngaro muuuuito mais difícil, mesmo sendo escrita no mesmo alfabeto!! Falei do idioma mucho loco da Hungria aqui.
Claro que você não vai aprender russo só pra visitar a Rússia, né?! hehehe. Portanto, recomendo ter no seu celular o app do Google Translator com a função de foto. Mesmo desconectado da internet, ele consegue traduzir palavras básicas apenas apontando o celular para o texto. O básico “Obrigado” eu sempre recomendo chegar sabendo! 🙂 É “Spasibo” (Спасибо), mas fala-se “SpasibA“.
A Rússia não é o país que mais fala inglês em que já estive, mas esperava até que fosse pior pelos relatos que tinha lido… Já tem muita placa em alfabeto normal logo abaixo do cirílico e os estabelecimentos ligados ao turismo falam o básico de outras línguas. Estão se preparando para a Copa do Mundo de 2018, né?! Mas a verdade é que eles não estão muito preocupados se você não está entendendo, hehehe. No worries! Algo que aprendi com meu pai, que não fala nenhuma outra língua além do português, é que o único idioma que você precisa saber para viajar é o 2D – DEDO E DÓLAR! hahahaha. 😀 😀 😀
Obs.: eu já estudei um pouquinho de russo, e sei ler/escrever em cirílico. Pode ser por isso que não achei tão complicado assim. Mas meu marido concorda comigo, e foi a Rússia sem noção alguma.
*** DINHEIRO ***
A moeda da Rússia é o RUBLO (RUB). 1000 RUB equivalem atualmente a aproximadamente 16 dólares (USD). Mas fique de olho na conversão exata aqui, pois aconteceu com a moeda russa exatamente o mesmo do Real Brasileiro (BRL): uma desvalorização ABSUUUURDA.
Um tempo atrás, qualquer pessoa diria que a Rússia era um país caríssimo!! Isso mudou bastante. Atualmente, mesmo nos restaurantes mais chiques e/ou turísticos que fomos, como um White Rabbit em Moscou ou um Bellevue em São Petersburgo, um prato não saía por mais de 15 dólares. As diárias em hotéis 5 estrelas, como no Ararat Park Hyatt Moscow ou no Kempisnki Moika 22 St. Petersburg, que tinham a melhor localização possível, saíram por menos de 200 dólares. Claro, aos poucos, os valores estão sendo ajustados nos negócios que só atendem “gringos” (capaz de você não encontrar mais essas pechinchas).
*** RELIGIÃO ***
A religião predominante no país é a Ortodoxa Russa, uma religião cristã. Milhões de russos se declaram Ortodoxos, mas apenas uma pequena minoria frequenta os templos. E muitos cidadãos se declaram ateus ou agnósticos. É que no período comunista, a religião foi ABOLIDA, templos destruídos, sacerdotes presos e cristãos (ortodoxos ou de outras religiões), perseguidos. Portanto, algo que foi reprimido por tanto tempo (costumes não foram passados de geração a geração), acaba morrendo.
Ainda bem que muitas igrejas resistiram à fúria soviética e outras já foram reconstruídas/restauradas. Assim podemos visitá-las e ver toda essa beleza de perto. De verdade, na minha opinião, não há templos religiosos mais bonitos do que os Ortodoxos Russos. É o “modelo de templo” que eu acho mais lindo no mundo.
O estilo tradicional é composto por várias cúpulas (a quantidade delas tem explicação: 1 representa Deus / 3 representam a trindade / 12 representam os apóstolos… E por aí vai). As cores das cúpulas normalmente são douradas, prateadas, pretas… Algumas igrejas mais “criativas” e originais têm cúpulas coloridas, como é o caso da Catedral de São Basílio, em Moscou (em estilo russo) e a Igreja do Sangue Derramado (mais moderna, porém construída no estilo antigo russo). Por dentro, são cheias de detalhes minuciosos que vão do chão ao teto, cheias de brilho e cor. Não há bancos no interior da Igreja Ortodoxa. Os cultos são feitos em pé, e podem levar hoooooras (8 horas, por exemplo! hehehe).
Não há um traje específico exigido para entrar nas igrejas em que ainda se realizam cultos (as menos turísticas), mas claro que tem que ter respeito. As mulheres ortodoxas só entram na igreja cobrindo a cabeça.
Por ser um país continental, que se estende da Europa a Ásia, sendo rodeada pelos mais diferentes povos e culturas, a religião não seria uma só. Também há muitos católicos, protestantes, muçulmanos, budistas e judeus na Rússia.
*** BALLET CLÁSSICO ***
O ballet está para a Rússia como o futebol está (ou estava hehe) para o Brasil. É algo que já vem no DNA. Você pode até achar que não tem muuuita diferença, até ir a um espetáculo no país: é simplesmente PERFEITO!!
Um dos maiores compositores de todos os tempos, Tchaikovsky, era russo, e compôs os famosos balés O Lago dos Cisnes, A Bela Adormecida e O Quebra Nozes.
Os melhores balés da Rússia (tente ir nos dois!!!):
Não apenas o melhor da Rússia, como o melhor do MUNDO! ♥ Um dos maiores sonhos da minha vida era assistir a um ballet nesse lugar, e eu consegui!!! (imagina, dancei ballet a vida toda, sou de família russa, e meu tio-avô, Aldo Lotufo, foi o primeiro bailarino a dançar a montagem completa do Lago dos Cisnes no Brasil, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, no papel principal, de príncipe… Não tinha como sonhar com outra coisa, né?!!). Pra completar, por pura coincidência, estava em cartaz justamente o Lago dos Cisnes (Swan Lake) no dia em que eu estava em Moscou. Os ingressos devem ser comprados no site oficial (atenção! Há vários sites piratas.). Não é fácil conseguir, tudo se esgota muito rápido… Mas vale a pena a paciência e a persistência. Foi demais!!!
Bolshoi significa GRANDE – não podia ter outro nome!!!
O melhor de São Petersburgo e o segundo melhor da Rússia, um dos mais respeitados no mundo da ópera e do ballet. Quando foi inaugurado, em 1860, possuía o maior palco do planeta. Durante o período soviético, passou a se chamar Balé Kirov e voltou a ter seu nome original em 1991. Compre seu ingresso pelo site.
Infelizmente, na data que estávamos na cidade, o Mariinsky estava de recesso (ainda bem que tinha conseguido o Bolshoi em Moscou!!! Ou teria ficado muuuito triste de ir até a Rússia e não ir a nenhum dos dois melhores). Decidimos ir no SEGUNDO melhor da cidade (foi o que nos falou o hotel e a guia), o Mikhailovsky, e também foi MARAVILHOSO! Vimos o Lago dos Cisnes (outro!! hehe. Ainda bem que foi antes do Bolshoi. Ficamos experts!!!). Recomendo. Compre seu ingresso pelo site.
*** SEGURANÇA ***
Essa pergunta é sempre importante de se fazer antes de ir a algum lugar. Mas independente da resposta, lembre-se de que há ladrões e trombadinhas em todos os lugares do mundo, infelizmente. Eu, quando tiro férias, acho que os ladrões também tiraram… Mas NUNCA! hehehe. E quanto mais turístico e “muvucado” o lugar, maior a chance de ser roubado.
Achei a Rússia segura, me senti bem tranquila lá… Bem mais do que no Brasil. Mas, há violência sim. Evite andar com muitos documentos, cartões, dinheiro, jóias… Saia apenas com o básico e extremamente necessário e fique sempre atento. Tive minha carteira furtada de dentro da minha bolsa (nem percebi!!). Eles são ninjas! Tem placa pra tomar cuidado com “pick pocket” em todos os lugares. A minha “sorte” foi que no dia anterior tinha visto um assalto, que me alertou a tirar as coisas de valor da carteira.
*** SOUVENIRS ***
Bom… Deixando o medo de ser assaltado pra lá, das viagens eu só levo as coisas boas!! 🙂 As melhores são as memórias e as fotos, claro… Mas uma coisa boa também são os souvenirs!
O que não deixar de comprar para levar para casa:
- Bonequinhas Matrioshkas
A bonequinha ícone da Rússia, também chamada de Babushka, surgiu em 1890. Diz a lenda que um marceneiro solitário criou a primeira para lhe fazer companhia, e elas foram se reproduzindo, reproduzindo… São “famílias” de bonecas de madeira, guardadas umas dentro das outras. Você pode encontrar Matrioshkas com números infiniiiitos de “filhas”. Achei até de 30!! Tem matrioshkas para todos os bolsos… As mais delicadas, pintadas à mão, podem custar caro, mas as “impressas” são bem baratinhas. Tem matrioshkas de líderes soviéticos também hehe. Uma brincadeira, claro!
- Vodka
A bebida mais importante e mais consumida no país não pode ficar de fora da sua mala! 🙂 Nós compramos três garrafas (um pouco exagerado, mas…), das marcas: Beluga (a mais famosa), Russian Standard (Русский Стандарт) e Osoby Priem (Особый прием). As duas últimas eram pra representar os dois períodos da Rússia: Czarismo (com uma garrafa bem rococó) e o Comunismo (com uma garrafa em linhas retas, com decoração de estrela, super “secona”). hehehe.
- Ovos Fabergé
O legítimos ovinhos russos com certeza inspiraram o Kinder Ovo!! Fabergé era uma fábrica de jóias, e o primeiro ovo foi encomendado pelo Czar Alexander III para dar a sua esposa na Páscoa. Ela gostou tanto, que em todas as Páscoas ganhava um. Seu filho, Nicolau II, continuou a tradição, fazendo 2 Ovos Fabergé a cada Páscoa, um para sua esposa e um para sua finada mãe. A única regra era que o ovo tivesse algo dentro, um presentinho… Podia ser um cavalo de ouro, um trem, flores etc. Uma graça. Há 10 ovos da coleção na Armeria do Kremlin. Muitos foram vendidos no período Soviético.
Nem consigo imaginar quanto custaria um ovo fabergé original, de ooouro mesmo. Mas você pode comprar uma das milhares de réplicas que são vendidas pelas lojinhas de São Petersburgo e Moscou. 😉
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Como chegar / Onde ficar
*** VÔOS ***
[Sempre procuro minhas passagens pelo Skyscanner. Clique aqui para acessar.]
Para chegar na Rússia, saindo do Brasil, o melhor jeito é pegar um vôo que faz 1 conexão em alguma cidade européia, e depois vai diretamente para São Petersburgo ou Moscou.
Nós voamos KLM, conectamos em Amsterdam, e chegamos em São Petersburgo.
Mas você também pode ir de Lufthansa (conexão em Munich), Air France (conexão em Paris), British Airways (conexão em Londres), Swiss (conexão em Zurich) e até mesmo de AEROFLOT. Pesquise aqui.
Aeroflot é a cia aérea russa. Ainda não tem vôos partindo do Brasil, mas dá pra chegar na Rússia saindo de várias cidades européias, dos Estados Unidos e até mesmo do Caribe (Havana, Punta Cana e Cancún).
Para ir embora do país, voamos o trecho Moscou – Budapeste de Aeroflot, e achei excelente. Faz parte da SkyTeam, a mesma aliança da KLM e AirFrance.
*** PASSAPORTE, VISTO & SEGURO DE SAÚDE ***
Brasileiros não precisam de visto para entrar na Rússia como turista! o/ Apenas passaporte válido, passagem de volta e comprovante de hospedagem.
Apesar de não ser obrigatório, recomendo fazer um bom seguro de saúde.Sempre fecho o meu pela REAL Seguros, que compara preços de diversas seguradoras. Já precisei usar uma vez, e deu tudo certo. Clique aqui para fazer uma cotação. Após compra online, a apólice chega por email em minutos.
*** TREM – São Petersburgo-Moscou ***
Como já falei no início do post, o melhor jeito para ir de São Petersburgo a Moscou (ou ao contrário) é de trem de alta velocidade SAPSAN, que faz o trajeto de mais de 700km em menos de 4 horas. Compre sua passagem pelo site RussianTrains.com.
*** COMO SE LOCOMOVER NAS CIDADES ***
[METRÔ]
O melhor jeito de se locomover tanto em São Petersburgo como em Moscou é de METRÔ. As estações são liiiindas (chamadas de palácios para o povo), os trens são bem OK (alguns novos outros mais velhos), possuem wifi gratuito dentro dos vagões (em Moscou – não tenho certeza quanto a St. Peters), há estações espalhadas por toda a cidade e achei bem fácil e prático “se achar” nas linhas, fazer baldeações etc.
Em Moscou, por exemplo, o metrô tem 200 estações e, a cada ano, são inauguradas por volta de 5 novas. Todos os dias, 9 milhões de pessoas utilizam o metrô de Moscou. É o segundo mais usado do mundo, depois de Tóquio. O preço da passagem é de 50 RUB (menos de 1 dólar), mas é mais vantajoso comprar um cartão com várias viagens (várias pessoas podem usar o mesmo cartão).
Repare no quanto as estações de Moscou são profundas!! Algumas chegam a 65m de profundidade, pois foram construídas para serem também abrigos contra ataques aéreos em tempos de guerra.
Obs.: Mesmo se não for usar o metrô como transporte, vale incluir em seu roteiro um tour pelas estações. São lindíssimas, e cada uma tem a sua história. Nada foi colocado por acaso.
[A PÉ]
Bom, mesmo o metrô sendo super eficiente, recomendo que nas duas cidades, você se hospede próximo às áreas mais turísticas, e faça MUITA coisa a pé. Acho bem mais gostoso pra ir vendo a cidade! 🙂 Em St. Peters, se hospede próximo ao Palácio de Inverno e da Av. Nevsky Prospekt, e em Moscou, fique próximo do Teatro Bolshoi ou da Praça Vermelha. Nós andamos MUUUUITO!!!
[TAXI E UBER]
Não se recomenda pegar taxis aleatórios na rua. Assustaram taaanto a gente, que nem arriscamos! O melhor jeito é sempre pedir um carro para seu hotel. Mas cuidado… Eles provavelmente vão pedir a opção mais cara que existe. Insista que não quer carro especial e que precisa apenas de um CARRO NORMAL para chegar a tal lugar (nada de Mercedes e similares).
Agora, uma outra ÓTIMA opção para se locomover na Rússia é UBER. Baixe o aplicativo e use normalmente no país, funciona perfeitamente. Usamos em Moscou para ir do nosso hotel ao Restaurante White Rabbit, que era um pouco afastado, e aprovamos! 🙂
[TRECHOS AEROPORTO OU ESTAÇÃO DE TREM – HOTEL]
Antes de chegar na Rússia, já tinha combinado com os hotéis o pick-up no aeroporto e na estação de trem. Acho importante deixar isso arranjado previamente, para não causar um perrengue logo na chegada. Pode custar mais caro, mas essa comodidade não tem preço.
Já para fazer o caminho contrário, do hotel ao aeroporto ou à estação, recomendo deixar para arranjar lá mesmo, pois você já vai estar mais ambientado. Peça para o hotel um carro (contanto que não tenha um preço absurdo) ou chame um Uber. Em Moscou, contratamos uma van para 4 pessoas com malas para ir do hotel (centro) ao aeroporto por 3000 RUB (cerca de 50 dólares).
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Comes e Bebes
A gastronomia russa me surpreendeu bastante. Não esperava grandes coisas, mas confesso que comi MUITO BEM no país. A comida parece um pouco com aquela comidinha de casa, sabe? Sem muito “uau”, sem muito tempero, sem muita frescura… Mas bem gostosinha.
Um ingrediente que está presente em quase TODOS os pratos é o SMETANA (сметана) – um creme de leite azedo (tipo um sour cream). Colocam nas sopas, nas massas, nos strogonoffes… De tudo o que se come lá, acho que esse creme é o mais típico.
Recomendo anotar os nomes dos pratos também em russo, para o caso de ir a um restaurante que não tenha cardápio em inglês, e você saber o que está pedindo!! 😉
O que não deixar de provar:
- Strogonoff de carne (бефстроганов)
Sim!! O Strogonoff russo original existe! O nome certo é “Stroganov”. O gosto e o visual são bem parecidos com o da versão brasileira, mas os ingredientes são outros. Tem muito mais carne e muuuuito mais cogumelos, que não são restritos apenas ao champignon. Usa-se cogumelos mais escuros, como shitake, portobello etc. E, surpresa: não vai nada de tomate, mostarda, molho inglês etc etc. Além da carne e do cogumelo, vai apenas CREME (o Smetana que falei). O molho fica escurinho por causa do caldo da própria carne. Achei DELICIOSO!! Come-se acompanhado de batatas.
Origem: o Conde Stroganov (o palácio dele está na Nevskiy Prospekt, principal rua de São Petersburgo) tinha problema nos dentes, por isso inventaram para ele este prato em que a carne já vem cortadinha.
- Borscht (борщ)
Uma sopa russa-ucraniana famosíssima (estava em 100% dos cardápios!). A beterraba é o ingrediente principal, e os outros ingredientes variam: batata, cenoura, pepino, repolho, carne… É servida com Smetana (sour cream). Achei bem gostosa.
- Caviar (икра)
Esse é básico, né? Todo mundo que vai a Rússia quer provar. Tem o vermelho, de ovas de salmão, que é bem mais barato, e negro, de ovas de esturjão, que é caríssimo. Eu, sinceramente, não gosto naaaaaada de caviar, mas vários restaurantes oferecem menu degustação da iguaria caso você queira experimentar.
- Pelmeni (пельмeни)
Depois do strogonoff, pelmeni foi o que eu mais comi na Rússia. É um ravióli grandão recheado de carne e servido com… Adivinha?! Smetana!! Delícia.
- Layer Honey Cake “Medovik” (Медовик)
Ooo my God! Como sofro agora que vim embora da Rússia e não encontro mais essa torta para comer!!! Por outro lado, ainda bem que não encontro… Ou estaria uma BOLA!! hehe. Comi honey cake em TODOS os dias da viagem, em quase 100% das refeições. São várias camadas de bolo de mel, intercaladas por camadas de smetana (viu só… de novo o smetana!! hehe). Amei.
- Vodka (водка)
Por último, mas não menos importante… VODKA! A bebida nacional tem seu nome derivado da palavra água (voda), e é MUITO consumida pelos russos (não é estereótipo!! Vimos vários locais virando shot de vodka antes do jantar, assim, para abrir o apetite). E não tem essa de misturar no drink, fazer caipiroska etc. O típico mesmo é beber vodka PURA.
Quem vai a Rússia, também não pode deixar de provar da CULINÁRIA GEORGIANA (país vizinho, que fez parte da URSS). Dizem que Deus quando estava criando o mundo, fez uma pausa para comer e tropeçou na Cordilheira do Cáucaso (localizada na Geórgia), deixando sua comida cair, o que abençoou os alimentos daquela terra para sempre.
Fiquei maluuuuca para conhecer a Geórgia em uma próxima viagem, por causa das maravilhas que ouvi sobre o país. Há vários restaurantes especializados em comida georgiana na Rússia. Os melhores são: Khachapuri em Moscou e Rustaveli em São Petersburgo.
O melhor vinho que você pode tomar na Rússia é o georgiano, suuuper bem avaliado. Há vinhos russos também. Pedimos um (contra a vontade do garçom hehe), e gostamos bastante!!
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O que fazer / Roteiros
Como falei no início do post, o nosso roteiro é chamado de “Duas Capitais”, pois visitamos São Petersburgo, que foi a capital russa desde Pedro, O Grande (fundada em 1703) até o fim da monarquia (1918), e também Moscou, capital “original” do país. Já era desde sempre, e voltou a ser a partir do período comunista (1918).
Os detalhes de cada uma das cidades (hotéis recomendados, restaurantes imperdíveis, passeios para cada dia, super dicas e minhas descobertas) estão nos outros posts (clique para ler):
Extra (atualização em outubro/2019): voltei para Moscou e fiz um novo post com as 15 atrações imperdíveis na cidade. Clique aqui para ler.
*** GUIAS LOCAIS ***
De qualquer forma, já dou a dica: é imprescindível ter um GUIA LOCAL nas duas cidades (que seja pelo menos por 1 dia em cada!!). Sua viagem será muito mais bacana! Conhecer os monumentos com alguém da própria cidade, que conhece a história profundamente, todos os detalhes e curiosidades locais, é insubstituível.
Recomendo:
- Anastasia Kukulevich – nijinsky@yandex.ru
Fala português, espanhol e inglês fluentemente e nos explicou suuuper bem todos os locais pelos quais passamos.
Quem preferir contratar uma agência de turismo local, para arranjar carro/van com motorista, guias, ingressos e organizar o itinerário, recomendo:
Montou o roteiro (ordem das visitas) conforme minha preferência, e só fomos mesmo onde eu pedi para ir previamente (nada de lojinha hehe). Excelente trabalho. Escreva para catalina@excursionescatalina.com.
Atualização em Outubro 2019: voltei para a Rússia e, dessa vez, tivemos todo o suporte da Svoy TS durante nossa viagem. Eles tem ótimos carros, vans e ônibus e GUIAS EM PORTUGUÊS! Gostei muito. Escreva para o Vadim Kiruhin para que ele organize pra você. Atendem St. Peters e Moscou.
E-mail: v.kiruhin@svoy-hotel.ru
[MOSCOU]
- Antonina Orlova – mail.for.tonya@gmail.com
Uma moscovita super jovem e simpática que fala inglês, português e espanhol fluentemente. Adorei conhecê-la e recomendo MUITO seu trabalho. Tinha respostas para todas as minhas perguntas! 🙂
Caso a Antonina não esteja disponível, recomendou serviços de sua colega Ksenia Terenteva, que fala inglês e espanhol fluentemente. E-mail: terenteva.ksu@yandex.ru | Tel/WhatsApp: +79168373247.
Como comentei acima, a Svoy TS também atende Moscou e tivemos o suporte dessa empresa durante nossa viagem agora em 2019 (guias em português). Vadim Kiruhin – v.kiruhin@svoy-hotel.ru
Para mais opções de guias privativos em São Petersburgo e Moscou, clique aqui.
*** ASSISTÊNCIA MÉDICA INTERNACIONAL ***
Já tem seguro de saúde internacional? Sempre fecho o meu pela REAL Seguros, que compara preços de diversas seguradoras. Já precisei usar uma vez, e deu tudo certo. Clique aqui para fazer uma cotação. Após compra online, a apólice chega por email em minutos.
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E aí, o que está achando da Rússia?? Espero que já esteja AMANDO tanto quanto eu!! Mas aqui no blog, a Rússia ainda está só no começo!! Leia também os próximos posts com detalhes sobre as duas cidades que visitamos, clicando abaixo:
Beijos,
Лариса (Larissa em russo) 🙂
Desculpem um post tããão gigante… Mas é que tinha que combinar com o tamanho do país! hehehe.
EXTRA:
Acompanhem as fotos da viagem pelo instagram, clicando na hashtag #LalaNaRussia.
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