Encontre neste post todas as dicas de Budapeste. Tudo o que você precisa saber para viajar para a Hungria. Como chegar (melhores vôos, conexões, trens), documentação necessária, onde ficar (melhores hotéis), dicas dos melhores restaurantes, melhor época para ir, história, atrações imperdíveis e um roteiro completo.
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É unanimidade: quem vai a Budapeste, volta apaixonado. Uma cidade belíssima, imponente, com uma atmosfera leve e descomplicada (à parte do idioma húngaro, que é complicadíssimo! rsrs). Ao mesmo tempo, contrastando com essa beleza que chega a hipnotizar, há uma história devastadora, dessas de arrepiar, que nos mostra o poder absurdo que alguns povos têm para se reerguer do caos.
Pra quem não sabe, a Hungria foi ocupada pelos Nazistas e pelos Soviéticos há, relativamente, pouco tempo. Sem falar das invasões turcas, austríacas, entre outras no passado. O país perdeu 2/3 de seu território e foi derrotado em TODAS as guerras em que participou (parecia que tinha o “azar” de escolher constantemente o lado errado, além de estar geograficamente quase sempre no meio do caminho de potências em conflito, que fizeram de seu território praticamente um “ringue de luta”.).
Bom, águas passadas (ou melhor, guerras passadas). As lembranças desse período sombrio estão por todas as partes sim, mas definitivamente os húngaros nos dão uma lição de superação. São pessoas gentis e sorridentes, e têm um país que deixa muitos com aquela vontade de ir “de mala e cuia” rsrs (eu sou uma dessas!).
Quem vai a Budapeste tem o bônus de conhecer DUAS cidades na mesma viagem, que estão separadas pelo Rio Danúbio: de um lado, BUDA, situada nas colinas, até parece um cenário de filme de época. Super nostálgica, com seu imponente castelo, lindas igrejas góticas e outras construções medievais. É do Século 10 e tem um ambiente mais tranquilo, mais residencial.
Do outro lado, está PESTE, que é uma planície, e muito mais agitada. É onde ficam os restaurantes bacanas, bares, hotéis badalados, universidades… Peste é do Século 11, mas parece bem mais nova do que a vizinha porque ficou praticamente abandonada, já que, no passado, as pessoas queriam morar em Buda, que era uma cidade fortificada.
Em poucas frases, Budapeste é:
- Um parlamento que é o rei dos superlativos;
- Um castelo majestoso que praticamente te transporta para Viena (Buda Castle);
- Uma culinária deliciosa marcada pela forte presença da paprika;
- Um sistema de transporte público extremamente eficiente, que inclui a primeira linha de metrô elétrico do mundo (linha amarela);
- A maior sinagoga da Europa e a segunda maior do mundo;
- Uma história duríssima e impossível de ser esquecida;
- Um idioma dificílimo de falar e de ser entendido (o magyar, ou simplesmente, húngaro);
- Um famoso e charmoso rio que corta a cidade no meio, o Danúbio;
- Muitas luzes durante a noite, que dão um toque todo especial;
- Água natural quentinha espalhada pelos termas da cidade;
- Um povo culto e muito gentil.
Agora pude comprovar: meu marido fez uma excelente escolha anos atrás, quando decidiu morar por um tempo em Budapeste! 🙂
Sejam bem-vindos e espero que aproveitem muito as dicas!!
Nessa mesma viagem, também conhecemos, além de Budapeste: Rússia (Moscou e São Petersburgo) e Amsterdam.
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A Hungria é um país da Europa Central, rodeado por outros 7 países (Eslováquia, Áustria, Eslovênia, Croácia, Sérvia, Romênia e Ucrânia). Tem aproximadamente 10 milhões de habitantes e sua capital, Budapeste, tem um pouco menos que 2 milhões. Faz parte da União Européia desde 2004, porém não adotou o Euro como moeda. A moeda do país é o Forint (HUF). Para facilitar na conta, 1 euro equivale a aproximadamente 300 forints. Veja conversão exata aqui.
*** HISTÓRIA ***
A Hungria tem uma história marcada por invasões e ocupações. Mongóis, turcos, austríacos, alemães, russos…
Os turcos estiveram na Hungria por 145 anos!! Até que os Habsburgo (Áustria) “liberaram” o país da Turquia, mas ali decidiram ficar, em 1526.
A relação entre húngaros e austríacos era de amor e ódio e a cada 50 anos, aproximadamente, se levantavam exigindo independência. Só em 1867 firmaram um acordo de paz e, assim, o Império passou a se chamar Império Áustro-Húngaro, com duas capitais, Viena e Budapeste. A coroa da Hungria só saiu das mãos da Casa de Habsburgo ao final da 1ª Guerra Mundial, em 1918, na qual foram derrotados.
Mais tarde, a Hungria pagou um alto preço por se aliar a Alemanha Nazista na Segunda Guerra Mundial (para você ter uma ideia de como era a Hungria durante o Nazismo, 437 mil judeus húngaros foram enviados a campos de concentração em apenas 6 semanas). Na Conferência de Yalta, na qual o governo dos Estados Unidos, da União Soviética e do Reino Unido se reuniram para repartir as zonas de influência entre o Oeste e o Leste, a Hungria ficou sob o controle dos Soviéticos. E Stalin não foi nada piedoso… O comunismo no país durou 40 anos, e foi um período marcado pelo TERROR.
Hoje o país é uma República Parlamentarista e já conseguiu reconstruir boa parte de tudo o que foi detonado nas invasões.
*** IDIOMA ***
Quem já leu o livro Budapeste de Chico Buarque, provavelmente lembra da frase em que o autor diz que o húngaro “é o único idioma que o Diabo respeita”. O Húngaro (ou MAGYAR, como é chamado lá) não tem NENHUMA semelhança com o português (ou com qualquer outra língua “mais comum”). Tem ALGO parecido com o finlandês, o que não ajuda muito rsrs já que não falo a língua da Finlândia. Mas isso não é um problema, afinal muuuuita gente na Hungria fala inglês super bem. 🙂
De qualquer forma, acho sempre bacana ir sabendo pelo menos alguma palavrinha.
“Obrigado” = “Köszönöm!”
Te desafio a contar o número de acentos nas palavras!! hehehe.
*** QUANDO IR ***
Apesar de ter um inverno rigoroso (dezembro, janeiro e fevereiro), com bastante neve, isso não é um impeditivo para conhecer a cidade, já que ela também fica linda “branquinha” e há uma super pista de patinação no gelo no principal parque da cidade (City Park).
Nos meses de verão (junho, julho e agosto) faz bastaaante calor e é quando a cidade fica mais cheia de turistas.
Para essas cidades européias, eu costumo recomendar sempre a visita nos meses de estações transitórias (primavera: março, abril e maio / outono: setembro, outubro e novembro) quando as temperaturas são mais amenas e os destinos estão menos superlotados. Fomos na 2ª quinzena de setembro e olha que dias lindos pegamos!! Repare o céu azul nas fotos!!!
Para quem gosta de “estudar” e ir a fundo na história antes de viajar para um novo lugar, ou ao menos adora ir imaginando como é a cidade/país, recomendo:
- Ler o livro “Continente Selvagem”, de Keith Lowe;
- Assistir ao filme “Saul Fia” (Son of Saul), de László Nemes;
- Ler o livro “Budapeste”, de Chico Buarque;
- Assistir ao filme inspirado no livro, “Budapeste”;
- Assistir ao filme “Marcas da Guerra”;
- Assistir ao episódio de “O Mundo Segundo os Brasileiros – Budapeste”
*** ASSISTÊNCIA MÉDICA INTERNACIONAL ***
Eu nunca viajo sem seguro de saúde internacional. Sempre faço o meu pela REAL Seguros e funciona bem (já precisei usar). Clique aqui para fazer uma cotação. Após compra online, a apólice chega por email em minutos. Não se esqueça de que Europa precisa do seguro obrigatório! 🙂
Como chegar / Onde ficar
*** VOOS, TRENS, CARROS & CRUZEIROS ***
Não há vôos do Brasil para a Hungria, então o jeito mais fácil de chegar é fazendo conexão em outra cidade européia, voando Air France, Alitalia, British Airways, Iberia, KLM, Lufthansa, Swiss e TAP.
Nós, como estávamos na Rússia antes (Moscou), chegamos em Budapeste (BUD) de Aeroflot, que por sinal, é uma excelente cia aérea.
Sempre uso o site da eDestinos pra encontrar passagens aéreas em oferta, principalmente na Europa. Clique aqui para pesquisar e tentar encontrar algo com preço bom também!!
Já estando na Europa, outra forma de chegar em Budapeste é de carro ou de trem. O roteiro mais comum é “Viena, Praga & Budapeste”, mas a verdade é que a Hungria é super central, e dá para conhecê-la em outras diversas combinações de destinos.
Uma viagem que deve ser linda e fiquei com muita vontade de fazer é o cruzeiro pelo Rio Danúbio, que vai de Budapeste até a Alemanha, passando pela Áustria (há várias empresas que realizam este trajeto. Veja um exemplo de rota aqui).
Sempre alugo pelo site da Rentalcars e dá super certo. O melhor é pedir para retirar/entregar o carro no aeroporto, mas há locadoras em outros pontos (inclusive em alguns hotéis) e muitas têm o serviço de car delivery. Ao reservar seu carro por esse link, eu ganho uma pequena comissão e você não paga nada a mais por isso. Obrigada!
*** HOTÉIS ***
O ideal é se hospedar em PESTE, onde fica concentrada a vida noturna. Desse lado também é mais fácil ir “pra lá e pra cá”, pois é tudo plano.
Esse foi o nosso super achado! MUITO bem localizado (em uma travessinha da Avenida Andrássy, a “Champs Elysées” húngara rsrs! Bem na altura da Ópera). Pertinho da estação de metrô (Opera) e de um monte de restaurantes e barzinhos. Também é super central para ir para qualquer lugar interessante da cidade, a pé ou de transporte público.
O Casati fica em um prédio antigo, mas por dentro é todo moderninho. Não é luxuoso, mas é o tipo de hotel que eu curto muito: prático, confortável, bem decorado, bem localizado e com ótimo custo-benefício. Possui 4 tipos de quartos diferentes: “classic”, “cool”, “natural” e “heaven”. O café da manhã, incluído na tarifa, era muito bom. Reserve aqui.
QUASE ficamos lá. Acabamos optando pelo Casati, mas o Zenit era também uma excelente opção. Está super bem localizado, bem bem pertinho do Rio Danúbio (exatamente atrás do Marriott, que fica na orla), próximo a vários bares e restaurantes, e da vista tooop da Chain Bridge e do Castelo de Buda iluminados. Tem decoração bem moderninha e um ótimo custo-benefício. Reserve aqui.
Foi o primeiro que olhamos online, mas não tinha mais quartos disponíveis na nossa data. Fui conhecê-lo. O edifício é belíssimo e por dentro a decoração é bem asiática, com bastante preto e vermelho. A localização também é excelente. Reserve aqui.
Para quem está disposto a pagar um pouco mais na diária e está sonhando com uma vista maravilhooooosa do Castelo de Buda iluminado na janela do quarto, recomendo:
- Four Seasons Hotel Gresham Palace (o melhor da cidade)
- Budapest Marriott Hotel
- Sofitel Budapest Chain Bridge
- InterContinental Budapest
A vista dos 4 é maravilhosa, mas só o Four Seasons tem uma decoração UAAAU. Os outros 3 são típicos hotéis de rede.
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Comes e Bebes
A comida húngara foi uma surpresa boa. Não esperava encontrar pratos tão gostosos e também não imaginava que iria gostar tanto de PÁPRICA, a especiaria feita de pimentão, presente em praticamente todas as especialidades do país.
A Hungria é o maior produtor e consumidor de páprica do mundo, e dizem que a páprica húngara é a melhor que há, com sabores variados que vão do doce ao picante. Quer levar um souvenir bem típico pra casa? Compre pacotinhos de páprica no Mercado Central.
O que não deixar de comer em Budapeste:
- Goulash Soup – uma sopa deliciosa feita com carne, batatas, cebolas, cenouras e, claro, muita páprica. Estava presente nos menus de 100% dos restaurantes que fui.
- Lángos – um pão achatado frito, com cobertura de absolutamente tudo o que você quiser: queijo, frango, presunto, vegetais… Sour cream não pode faltar. O lugar mais comum para comer Lángos é no Mercado Central, em pé, sem muito conforto e sem medo de se sujar!!
- Sajtos – bolinhos de queijo. Muito parecidos com os brasileiros, mas um pouco mais azedos. Eu que moro no Panamá, onde não tem muito pão de queijo, me deliciei. Também fácil de ser encontrado no Mercado Central.
- Qualquer outro prato com páprica – frango paprishka com dumplings é muito bom! 😛
Sugestões de locais para comer e beber muito bem em Budapeste:
- 360 Bar
Andrássy Avenue, 39 (Estação Opera ou Oktogon)
É um rooftop bar bem animadinho na Andrássy. Ideal para tomar um coquetel ou uma cervejinha no fim de tarde ou a noite. O melhor de tudo é a vista: literalmente 360º. Lá de cima dá pra ver todos os monumentos da cidade iluminados. Também há comida no cardápio. Comi goulash (pra variar) e estava bem gostoso. Sim, come-se goulash até no bar! rsrs.
Confirmar no site se nos meses de inverno o local funciona, pois é todo ao ar livre. Já em setembro, quando fomos, havia aquecedores e eles forneciam mantinhas para os clientes friorentos.
- Szimpla Kert RuinPub
Kazinczy Street, 14 (bairro judeu, próx. Grande Sinagoga / Estação Astoria)
Os RuinPubs, ou em português, bares de ruína, são febre em Budapeste e um must go na sua viagem. Tudo começou nos anos 90, quando não havia muito dinheiro circulando no país e um montão de imóveis abandonados. A ideia de colocar em um mesmo lugar “tudo o que encontravam pela frente”, o que incluía móveis velhos, lataria de carro, tecidos (literalmente TUDO), e vender bebida alcóolica a um preço razoável atraiu a população jovem de Budapeste.
O precursor dos RuinPubs foi o Szimpla Kert (que hoje já não é no lugar original, pois cresceu muito), e foi nesse que decidimos ir. O ambiente é super descolado (já foram para Bogotá? Fiquei com a impressão de que o restaurante Andrés Carne de Res foi inspirado neste bar), espaçoso (são vários ambientes) e animado (com música tocada por DJ ou por uma banda ao vivo). Recomendo chegar no fim da tarde pra conseguir um lugar, pois a noite vai lotando, lotando, lotando…
O Szimpla Kert fica no bairro judeu, perto da Grande Sinagoga (a estação de metrô Astoria é a mais próxima). A maioria dos bares de ruína fica nesta mesma região. Veja lista de ruinpubs aqui.
- Anker’t Bar
Paulay Ede Street, 33 (Próx. Av. Andrássy / Estação Opera)
O Anker’t é outro bar de ruína, mas muito mais sóbrio do que o Szimpla. Não tem decoração “espalhafatosa”, mas também está dentro de um imóvel abandonado (é muito mais novo do que os demais bares do tipo). Fomos ao Anker’t pela conveniência, pois é vizinho de parede do hotel que ficamos, o Casati.
Como falei, a maioria dos ruinpubs fica no bairro judeu, mas esse fica quase na Av. Andrássy, pertinho da Ópera. Portanto, se estiver na região e quiser tomar uma cervejinha (ou comer, pois há vários lanches no cardápio) em um lugar cool, vá ao Anker’t.
- Great Market Hall (Nagycsarnok)
Vámház krt. 3 (Próx. Universidade Corvinus / Estação Fovám Tér)
O Mercado Central de Budapeste tem algo de Mercadão de SP. Achei um passeio imperdível, que não pode ficar de fora do roteiro. Aquele lugar para ir andando tranquilamente, provando uma coisinha ali… Outra aqui… (não deixe de comer sajtos, o bolinho de queijo que falei acima).
No andar de cima há um montão de barracas de souvenir e de comida tradicional húngara. É BEM lotado, mas aqui é o lugar ideal para provar LÁNGOS. A “lambança” é inevitável, mas é gostoso! Hehehe.
- Menza e outros restaurantes na praça Liszt Ferenc Tér
Liszt Ferenc tér, 2 (praça próx. a Av. Andrássy / Estação Oktogon)
Liszt Ferenc Tér é uma pracinha que corta a Avenida Andrássy e está próxima à estação de metrô Oktogon (“tér” é “praça” em húngaro). A praça é lotada de restaurantes de diversas culinárias, incluindo a húngara, claro. Nesta região, recomendo ir ao Menza, que além de ser o mais bonitinho, com uma atmosfera mais “retrô”, serve pratos bem gostosos (comida húngara e internacional).
Outro restaurante que fomos nesta mesma praça foi o Café Vian. O local era bem mais simples do que o Menza, mas a comida também estava muito boa. Foi o primeiro goulash que provei! Desde então, não parei mais. Hehehe! 🙂
- Robinson Kitchen
Városligeti tó (City Park / Estação Hosök Tér ou Schechenyi Fürdo)
Esse restaurante foi uma surpresa boa… Demos de cara com ele quando saíamos do termas (Schechenyi Fürdo). Fica em uma ilha no lago do City Park (Városligeti tó). Esse lago é bem famoso no inverno, pois quando congela, vira uma pista de patinação no gelo lindíssima.
O parque está entre a Praça dos Heróis (Hosök Tér) e um dos termas mais conhecidos, o Schechenyi Fürdo. Pode ser uma boa opção de jantar após o banho nas águas quentinhas. Serve comida francesa, carnes e alguns pratos típicos.
- Gerbeaud
Vörösmarty tér 7-8 (praça / Estação Vörösmarty Tér)
A cafeteria/doceria mais tradicional de Budapeste, fundada em 1858. Fica na Vörösmarty Tér, uma pracinha cheia de outros cafés, restaurantes e lojas. Recomendo provar a Gerbeaud Pancake, recheada com creme de nozes, com calda de chocolate, acompanhada de sorvete de baunilha e ragout de damasco. Outra boa pedida é uma fatia de bolo. Há várias opções, mas a mais tradicional é o Esterházy (bolo de nozes recheado com baunilha, com cobertura de chocolate).
- Spoon
Vigadó tér 3. píer (Rio Danúbio – próx. Hotel InterContinental)
O Rio Danúbio é a veia pulsante de Budapeste. E a melhor vista dos monumentos iluminados nas margens e das pontes que o cruzam, se tem de DENTRO do próprio rio. Recomendo jantar no Spoon, um dos barcos-restaurante atracados na margem. Há também passeios de barco com jantar, mas achei mais legal estar parada para apreciar a vista pelo melhor ângulo. O restaurante é beeem turístico, ligeiramente over hehehe, mas de fato a vista é imbatível e a comida é muito boa, o que até me surpreendeu, pois não esperava muito.
O barco é enorme, cheio de ambientes diferentes. Recomendo reservar seu lugar pelo site e solicitar uma mesa na parte EXTERNA (Lounge Terrace). É, sem dúvidas, a melhor vista. O local tem aquecedor e também disponibilizam mantas, mas se estiver muito frio, opte pelo “Cafe” ou “Lounge”, porém peça uma mesa próxima às janelas. Fomos na nossa última noite, para fechar com fotos lindas.
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O que fazer / Roteiros
3 dias em Budapeste é o tempo ideal para conhecer bem a cidade, visitando os principais pontos turísticos e comendo/bebendo em ótimos restaurantes e bares.
Aqui vai minha sugestão de roteiro:
Considerei que este é o dia que você CHEGARÁ na cidade, portanto, parte do dia já estará comprometida com trâmites de aeroporto e hotel. E pelo cansaço, melhor fazer um dia mais tranquilo, né?
- Avenida Andrássy
Já falei muito dessa avenida na parte de hotéis e restaurantes, chegou a hora de conhecê-la. A Andrássy é como uma “Champs Elysées húngara”, ampla, arborizada, cheia de edifícios com belas fachadas, boutiques caras e restaurantes com mesinhas na calçada. Construída em 1872, vai da Praça Elisabeth (Erzsébet tér) ao City Park (Városliget) e foi reconhecida, em 2002, como Patrimônio da Humanidade.
Alguns dos destaques da avenida: Ópera Nacional da Hungria, Praça Liszt Ferenc Tér (onde há dezenas de restaurantes gostosinhos – comentei acima), Oktogon (cruzamento com outra grande avenida, onde há estações de metrô e tram), Museu Casa do Terror, Praça dos Heróis e o Parque da Cidade no final.
- Praça dos Heróis (Hosök tere)
No final da Andrássy está a Praça dos Heróis, uma das mais importantes da cidade. Ali está construído o Monumento do Milênio, que é composto por estátuas dos reis, líderes e outras figuras políticas importantes na história da Hungria. Na praça também está a tumba do soldado desconhecido. É linda de dia, mas a noite, quando iluminada, fica ainda mais imponente.
- City Park (Városliget)
Logo atrás da Praça dos Heróis. A ideia aqui é fazer só um rápido passeio mesmo para chegar até o termas, que está dentro do parque. No inverno, o lago desse parque é transformado em uma super pista de patinação do gelo (Slide Park – Varosliget). Deve ser lindo! 🙂
- Széchenyi Furdö (banho termal)
Os banhos termais fazem parte da cultura húngara. É como se Budapeste estivesse sobre um grande lago de água quente, e por isso há dezenas e dezenas de “furdös” na cidade, onde as pessoas vão para relaxar e socializar. Dizem que a água tem propriedades curativas. O maior, mais conhecido e mais antigo dos termas (desde 1881), é o Széchenyi, que fica no coração do City Park, formado por 21 piscinas internas e externas, em diferentes temperaturas. É gigante! Há lockers para você guardar suas coisas enquanto está na piscina. Recomendo levar tudo: toalhas, roupa para trocar, shampoos, escova etc. para se arrumar e sair de lá pronto.
Achei uma experiência um pouco engraçada, mas daquelas que TEM que ir para ver. Repare nos velhinhos jogando xadrez dentro da piscina e nas senhorinhas nadando com touca de banho. Os valores estão no site. Confira também os horários de funcionamento. Achei legal ter chegado ainda com sol, e ter indo embora já no anoitecer.
Além Széchenyi, outro furdö bem conhecido é o Gellért. E se você gosta de balada, não perca as festas que são feitas nos termas!! Imagino que seja uma loucura… hehehe. Veja calendário aqui.
Você sairá bem molenga do furdö, mas se quiser jantar em um lugar bacaninha e perto do Széchenyi, recomendo o Robinson Kitchen que comentei acima.
Tudo o que o dia 1 teve de tranquilo, o dia 2 terá de “frenético” hehe. Dia cheio, com muitas atrações importantes!
Sugiro começar o dia conhecendo por fora e por dentro esse icônico edifício que é o Parlamento Húngaro (Országház). As entradas podem ser compradas com antecedência pelo site jegymester.hu (tem hora marcada). Há tours em vários idiomas diferentes. O nosso foi às 10:15 em espanhol. O valor da entrada para não-europeus é de 5.200ft (aprox. 16 euros) e 2.000ft para europeus (aprox. 6,50 euros). Leve seu ingresso impresso.
A visita pelo interior do Parlamento é super interessante. Demorou 19 anos para ficar pronto (1885 – 1904) e na sua construção foram usados 40 milhões de ladrilhos, 40kg de ouro, entre outros materiais. Tem 196 m de altura e TUDO em sua arquitetura tem algum sentido e faz homenagem a algo. Nada foi colocado por acaso. Na sala principal está a Santa Coroa da Hungria, também chamada de Santa Coroa de Santo Estêvão, que tem a cruz torta. Não se sabe ao certo o que aconteceu para a cruz ficar assim, inclinada. Alguns dizem ter sido proposital. Os reis da Hungria foram corados com essa mesma coroa desde o século XII.
Agora você deve estar se perguntando: mas se a Hungria é um país tão pequeno, por que um Parlamento tão grande? Bom… Quando o edifício foi construído, eram os anos de glória do país. Budapeste era uma das capitais do Império Austro-Húngaro. Não imaginavam que perderiam mais de 60% de seu território! Hoje só metade do Parlamento é usada para fins políticos, enquanto a outra metade é usada para visitas turísticas.
- Sapatos na Margem do Danúbio
Bem pertinho do Parlamento, nas margens do Rio Danúbio, você encontrará 60 pares de sapatos de ferro, no estilo dos anos 40. Este memorial foi construído em 2005 em homenagem aos judeus húngaros que foram vítimas do partido da Cruz Flechada (que defendia as mesmas ideias do Nazismo alemão). As pessoas eram assinadas ali a tiros, e caíam diretamente no rio (1944-1945). Mas antes do momento final, era pedido que os sapatos fossem retirados, pois se tratavam de um artigo de luxo na época.
- Tram nº2 bordeando o Danúbio
Tram é o trem de superfície de Budapeste. São várias linhas, mas a rota imperdível é a nº2, que vai bordeando o Rio Danúbio. Pegue o tram próximo ao Parlamento e saia na estação Fovám Tér, que fica já pertinho do Mercado Central.
- Fovám Tér / Mercado Central
Já falei desse mercado na parte de “Comes & Bebes”. A visita vale não só para comer especialidades húngaras, mas também para conhecer um lugar super bacana, que é o mais antigo mercado fechado da cidade. Repare no lindo telhado de mosaicos.
- Chain Bridge
Volte um pouco no caminho sentido Parlamento, de tram nº2, e pare na altura dessa famosa ponte.
A Ponte das Correntes (português) ou Chain Bridge (inglês) ou Széchenyi lánchíd (húngaro) é uma ponte suspensa que liga Buda a Peste. Inaugurada 1849, foi a primeira ponte fixa sobre o Rio Danúbio na Hungria. No fim da 2ª Guerra Mundial, a ponte original foi completamente destruída (que dó!!). O que vemos hoje é uma reconstrução de 1949.
Atravesse a Chain Bridge a pé para chegar em Buda, e vá admirando a paisagem no caminho.
Para subir a colina de Buda, pegue o funicular (Budavári Sikló – 1.200ft por pessoa).
Assim que você chegar na parte de cima da montanha (de funicular), você estará quase “de cara” com o Castelo. Mas recomendo você andar para o outro lado e visitar a Mátyás Church primeiro, pois fecha às 17h. Para chegar na igreja, você vai passar pela Cidade Antiga de Buda, que é uma gracinha.
Repare no telhado de mosaico da Igreja. Simplesmente lindo! A Mátyás Church foi construída entre os séculos 13 e 15, mas foi quase completamente destruída durante a Invasão Turca, quando transformaram a igreja em uma mesquista, em 1541.
Pertinho da Mátyás Church, o Fisherman’s Bastion é uma estrutura construída com o objetivo de simplesmente ser um observatório, um terraço. Apesar de parecer mais ou menos um “forte” ou torres de observação, nunca foi usado na defesa de Buda. E é daí que se tem vistas lindíssimas do Parlamento, em Peste.
O Buda Castle (Budavári Palota) foi casa de todos os reis da Hungria, desde 1265, quando ficou pronto. Foi construído pelo Rei Béla IV. Como vocês devem imaginar, essa cara super austríaca do castelo não é datada dos 1200 rsrs. Ele foi reconstruído várias vezes ao longo dos séculos.
Dentro do Castelo funcionam a Galeria Nacional, o Museu Histórico e a Biblioteca. Os jardins estão abertos 24/7. Há alguns tours pelo castelo (veja aqui), mas decidimos não fazer. Achei que por fora era muito mais atrativo. Mas o maior atrativo MESMO são as fotos que você consegue tirar da cidade a partir desse lugar. A foto de capa do post foi tirada daí!
E aí, mortos?! Nada de dormir sem ir a um dos barzinhos ou restaurantes bacanas recomendados aqui! 😛 hehehe
Separei o 3º dia para um super passeio a pé com guia por Peste, para aprender muuuuuito sobre a história da cidade e visitar outros monumentos importantes que estão deste lado.
[MANHÃ]
Essa dica é realmente de OURO, devido à qualidade do tour. O nome da empresa é White Umbrella Tours e a encontramos por acaso, na saída do metrô próximo ao Parlamento (estação Kossuth Lajos tér). Aliás, é dali que partem todos os dias os TOURS GRATUITOS em grupo, às 10h e às 12h. Sim… GRATUITOS! Basta sair nessa estação e procurar o guarda-chuva branco. A explicação é toda em espanhol (e muito muito boa!), e você paga no final o quanto achar que vale. A empresa também oferece outros tours pagos, ainda mais completos. Dê uma olhadinha no site. Nossa guia foi a Flor (flornflor@gmail.com). Pegamos o tour das 10h e teve duração de aproximadamente 3h.
Passamos a pé por:
- Praça da Liberdade
O mais curioso é que justo na praça que se chama Liberdade está o ÚNICO monumento soviético que restou em Budapeste (os demais foram enviados a museus). O comunismo na Hungria durou 40 anos (até 1989), e a maioria dos húngaros detesta essa “mancha” na história do país. Mas esse monumento acabou ficando aí por chantagem da Rússia, e foi alvo de xingamentos, urina, fezes etc., o que obrigou o governo a colocar uma grade para “protegê-lo”. Há 2 anos as grades foram retiradas.
Igreja construída em 1851, com capacidade para 8 mil pessoas. São Estevão foi quem cristianizou os pagãos que chegaram para popular a Hungria, e acabou se tornando o primeiro Rei do país (lembra da Santa Coroa de São Estevão que está no Parlamento?!). Dentro da igreja está a mão do santo e também o famoso jogador de futebol húngaro Ferenc Puskás, que foi enterrado no local.
- Erzsébet Tér (Praça de Elisabeth)
Uma grande área verde, pertinho da Basílica de São Estevão. Foi nomeada em homenagem a rainha Sisi (Imperatriz Elisabeth da Áustria), lembram dela? Pois é, na época do Império Austro-Húngaro, Francisco José, seu marido, morava na Áustria e ela, em Budapeste. Ela não gostava muito da corte austríaca. Aprendeu a falar húngaro, se dedicou de coração àquele novo país. O povo a adorava. A praça passou a se chamar Stalin em 1946, depois de Engels em 1953, e só em 1990 voltou ao seu nome original.
- Grande Sinagoga (Dohány Street Synagogue)
A maior sinagoga da Europa e a segunda maior do mundo, ficando atrás apenas da de Nova York, que foi inspirada nesta. Tem capacidade para aprox. 3.000 pessoas. Foi construída entre 1854-1859 pela comunidade judaica de Peste, mas foi bombardeada em 1939 pelo Partido da Cruz Flechada (pró-Nazi). Sua restauração aconteceu de 1991 a 1998. Nós só conhecemos por fora.
[TARDE]
Recomendo almoçar na Praça Liszt Ferenc Tér, onde há um montão de restaurantes (o Menza é muito bom!) e já fica pertinho do Museu Casa do Terror.
- Museu Casa do Terror (Térror Háza)
Andrássy út. 60
Respira… Prepara o estômago… Esse museu é FORTE! Mas é imperdível. The House of Terror conta a história do nazismo e do comunismo no país e faz uma homenagem às vítimas. Durante a 2ª Guerra Mundial, a aliança da Hungria com a Alemanha Nazi custou a vida de muita gente e deixou o país destruído. Se já não bastasse, depois da Guerra, a Hungria passou para o domínio soviético, e assim ficou por 40 anos, resultando em mais mortes, repressões e muito sofrimento.
O mais chocante de tudo é saber que hoje o local que é o MUSEU, o edifício na Av. Andrássy nº 60, foi sede do Partido da Cruz Flechada (a “versão húngara” do Partido Nazista Alemão). E mais tarde, entre 1945 e 1956, o mesmo local foi casa do serviço de segurança secreta do partido comunista no país (uma verdadeira organização terrorista, que realizava todo tipo inimaginável de tortura em seus porões – os quais você pode conhecer).
O ingresso custa 2.000 HUF. Costumo sempre recomendar o audio guide dos museus que vou, mas esse não valeu a pena. É quase o preço do ingresso e as gravações são extremamente longas e cansativas. Aberto de terça a domingo, das 10h às 18h (fechado às segundas).
*** COMO SE LOCOMOVER ***
Se locomover em Budapeste é a coisa mais simples do mundo!! Além das muitas coisas que você fará a pé (e vai andar muuuuito, que é uma delícia!!), o transporte público da cidade é super eficiente. Metrôs, trens leves de superfície e ônibus são mega interligados, as linhas são claras e as estações estão por todos os lados. Como já falei acima, a linha amarela do metrô é a mais antiga do mundo!* Uma gracinha… Parece um trenzinho de parque de diversão. As outras linhas possuem trens normais.
Recomendo comprar sempre o ticket que inclui o uso de todos os transportes ilimitadamente por 24 horas. Assim, você não corre o risco de ser “controlado” e ter que pagar multa. Além do fato de que vai poder desencanar e usar transporte público sempre que quiser. Este ticket custa 1650HUF, o equivalente a 5,20 Euros. As estações não tem catraca, ninguém vai pedir pra ver seu ingresso antes de entrar no trem. Mas, de repente, pode aparecer o Sr. Controlador… hehehe! E ele aparece com bastante frequência (e algumas vezes, à paisana. Não dá nem pra fugir!!).
Para ir do aeroporto ao centro da cidade, também é fácil. Você pode ir de ônibus + metrô (trace a rota no Google Maps com o nome do seu hotel e veja que transportes são indicados), de Airport Shuttle ou de taxi mesmo, que custará em torno de 45 Euros. A viagem, sem trânsito, dura aproximadamente 40 minutos. Nós pedimos para o hotel arranjar uma van para nos buscar e nos levar de volta pelo mesmo preço do taxi, e foi super cômodo.
Clique no mapa para ampliá-lo:
*O metrô de Londres é mais antigo, mas era a vapor. O de Budapeste foi o primeiro metrô elétrico do mundo! 😉
No mapa abaixo você encontrará TUDO o que foi citado aqui: hotéis, bares, restaurantes recomendados e os pontos turísticos.
(DIA 1 – estrela vermelha / DIA 2 – estrela verde / DIA 3 – estrela azul)
Clique no quadradinho que está à esquerda de “Budapeste por Lala Rebelo” para abrir a aba lateral que contém a legenda de cada pin do mapa.
Gostou de Budapeste? Muitos dizem que é uma mistura de Paris com Berlim. O que você acha? O que EU acho mesmo é que é uma cidade SENSACIONAL, hipnotizante, que merece ser incluída no roteiro de toda e qualquer pessoa que for a Europa!
Dúvidas sobre o destino e dicas a acrescentar? Deixe no espaço para comentários abaixo!
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- Ljubljana – Eslovênia
Obrigada pela visita.
Beijos, Lala
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