Muito se questiona sobre como será o turismo pós-Covid-19 e de que forma o viajante vai agir diante dessa nova realidade. Porém, a verdade é que, até termos uma vacina, não podemos falar sobre viajar APÓS o fim da pandemia do coronavírus e sim DURANTE a mesma. Claro que imaginando um cenário menos drástico, com um número menos exorbitante de casos… Mas o risco do contágio continuará existindo durante essa “retomada”.
Recentemente realizei uma pesquisa com meus leitores pelo instagram para entender um pouco do “clima” que permeia essa volta às viagens. Não foi uma pesquisa formal, mas já foi válida para “sentir” o que podemos esperar dos próximos meses. Vamos voltar a viajar? Sim? Não? Para onde? Como?
Agora vamos às respostas das 6.374 pessoas que responderam a pesquisa!
Perfil da amostra: 80% mulheres, 45% com idade entre 25 e 34 anos, principalmente de São Paulo e Rio de Janeiro, que costuma realizar pelo menos uma viagem internacional por ano.
- A maioria dos entrevistados acha que a próxima viagem será apenas em 2021 e não no segundo semestre de 2020 (69% vs. 31%).
- 79% de quem acredita que vai voltar a viajar ainda em 2020, considera apenas destinos nacionais nesse início de retomada.
- Opinião dividida: 52% diz que só vai voltar a fazer viagens internacionais quando tiver uma vacina e 48% diz que não vai esperar.
- Quando for a hora de fazer viagens internacionais, 42% dos entrevistados quer ir primeiro para a Europa, seguido de Estados Unidos (20%) – considerando fronteiras abertas para nós, brasileiros. Obs: essa resposta me surpreendeu, pois achava que em um primeiro momento, a maioria iria preferir viajar para países da América do Sul, pelo tempo de voo.
- 63% diz que as primeiras viagens serão apenas de carro.
- 66% de quem ia viajar no segundo semestre de 2020 (agosto a dezembro) vai cancelar ou já cancelou a viagem.
- O maior receio das pessoas em viajar em meio a Covid-19 é o avião (52%).
- 74% dos entrevistados disseram que não fariam uma viagem de cruzeiro em 2021.
- 72% disse que não iria a parques de diversões no final de 2020 ou começo de 2021.
- Perguntei qual tipo de hospedagem vão preferir quando voltarem a viajar, e houve um empate entre aluguel de apartamentos/casas e grandes hotéis de rede (36%). De um lado, o isolamento oferecido por uma acomodação privativa alugada, do outro, protocolos mais rígidos de segurança e higiene estabelecidos pelos grandes grupos hoteleiros. As pousadinhas ficaram em último lugar.
- Quando for a hora de viajar de novo, 61% pretende viajar para um lugar que não conhece ainda, e não para um lugar que conhece e tem saudade.
- 65% dos entrevistados ainda não “gastaram” todos os dias de férias de 2020 para ficar em casa na quarentena. Ou seja, ainda têm dias livres para viajar.
- 54% disse que ainda vai sobrar dinheiro para fazer viagens em 2020. Oba!
- 93% NÃO vai encarar programas lotados com filas e aglomerações nas viagens (ex: sala da Monalisa no Museu do Louvre).
- A maioria (69%) disse que as próximas viagens seguirão a linha “menos é mais” (viagens tranquilas, com muitos dias no mesmo lugar, para descansar corpo e mente. Aproveitando com calma cada lugarzinho). 31% respondeu que pretende conhecer o máximo de lugares na mesma viagem, pois a vida é curta e uma pandemia pode estragar tudo.
- 63% disse que, quando voltar a viajar, vai priorizar mais flexibilidade do que preço.
- Existe muito medo de viajar no futuro próximo por causa do coronavírus em si, mas também há um número muito expressivo de gente que diz que o maior medo é o brasileiro ser barrado na entrada de vários países.
- 46% das pessoas que já foram infectadas pelo coronavírus e que “supostamente” já estão imunes, dizem que mesmo assim NÃO fariam uma viagem nesse momento ou nos próximos meses (perguntei supondo que essas pessoas não pegariam mais covid e nem transmitiriam a doença, com quase 100% de certeza. Mesmo assim, não viajariam agora).
- O motivo mais recorrente? Respeito aos mortos (“com tanta gente morrendo, é falta de humanidade sair pra viajar” – uma das respostas que apareceram). Outro motivo que apareceu bastante foi “não encontrar os destinos totalmente abertos, com tudo em pleno funcionamento” ou o “medo de uma segunda onda da Covid-19 e acabar preso no destino”.
- A maioria (55% vs. 45%) de quem disse que vai viajar o quanto antes, respondeu que NÃO vai postar nada das viagens nas redes sociais (pessoas que normalmente postariam).
- O motivo principal? Medo do julgamento, do “tribunal da internet”, da cultura de cancelamento, não querer receber críticas, evitar retaliação.
Montei um resumo ilustrativo com os resultados da pesquisa, para facilitar a compreensão do que podemos esperar do turismo após e durante a pandemia do coronavírus:
Obrigada a todos os leitores e seguidores que participaram da pesquisa!
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Por Lala Rebelo
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