Se você não tem a Escócia em sua wish-list de destinos, acho bom mudar de ideia! Eu também não tinha o país nos meus planos e me surpreendi. Apesar de estar colado na Inglaterra, a Escócia é muuuito diferente, tem uma personalidade fortíssima, cheia de costumes e símbolos únicos. Ou vai dizer que, mesmo nunca tendo colocado seus pés em terras escocesas, ao dizer ESCÓCIA, você já logo não pensa em whisky, homens de saia xadrez (chamada KILT – aii de quem disser saia lá!!) e pessoas tocando aquela gaita enorme??! Ah… E também não podemos esquecer do Monstro do Lago Ness!!! Viu só como a Escócia está mais no nosso inconsciente do que imaginávamos?! Além de ser praticamente Harry Potter na vida real.
Bom, deixando os símbolos (ou melhor, os estereótipos) de lado, Edimburgo, a capital da Escócia, é uma cidade muito lindinha e cheia de atrações bacanas, que merece ser visitada. Além de outros destinos do país que não pude conhecer dessa vez, claro. A Escócia tem lagos, castelos e fiordes belíssimos.
Achei surpreendentemente fácil visitar Edimburgo quando se está em Londres. É uma “esticadinha” que todo mundo deveria considerar!!! Tão perto e tão diferente.
foto de capa: Calton Hill, Edinburgh – por Andy Smith para Flickr (CC).
Sobre o lugar
Edimburgo é a capital e a segunda maior cidade da Escócia (a primeira é Glasgow), com aproximadamente 500 mil habitantes (bem pequenininha se comparada a Londres, que tem mais de 8 milhões). A Escócia é um país que faz parte do Reino Unido e ocupa a parte norte da ilha da Grã Bretanha. Edimburgo fica no litoral, já pertinho do Mar do Norte. Juntamente com o Reino Unido (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte), o país faz parte da União Européia (mas nunca adotou o Euro como moeda. Utiliza a Libra Esterlina). Sabemos que as coisas irão mudar, já que a maioria votou pela saída de UK do bloco (#brexit). Porém, a Escócia votou majoritariamente pela PERMANÊNCIA e ouve boatos de que o país vai querer independência. Vamos aguardar para ver.
CLIMA – Quando ir?
Edimburgo é uma cidade fria, beeem fria. Por isso recomendo que você fuja dos meses de inverno (novembro, dezembro, janeiro e fevereiro são os meses mais gelados). Evite ir nessa época não “só” pelo frio, mas porque os dias são extremamente curtos. Escurece SUPER cedo e sua viagem não renderá tanto quanto ir nos meses de verão. Eu fui em JULHO, ou seja, pleeeeno verão, e peguei frio (12ºC a noite; 15ºC-19ºC de dia), dias nublados e com chuva. Pode ser que eu tenha dado azar, pois quando estava indo embora, no trem, vi que abriu um solzão! O que achei ótimo é que os dias eram MUITOOOOO longos!!!! Meia-noite ainda tinha claridade no céu (veja foto abaixo, tirada às 00:00). Amei.
*De abril a outubro tem horário de verão (quando o Brasil não tem) e fica com 4 horas de diferença. De novembro a março, os escoceses voltam 1 hora no relógio e o Brasil (algumas partes) adianta 1 hora, ficando com apenas 2 horas de diferença.
ASSISTÊNCIA MÉDICA INTERNACIONAL
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Como chegar / Onde ficar
AVIÃO, TREM & CARRO
- Avião
Não há vôos diretos do Brasil para Edimburgo, mas é possível chegar voando com várias cias aéreas européias, fazendo apenas uma conexão (Air France, KLM, Turkish Airlines, British Airways etc.). Se você já estiver na Europa, muitas empresas low cost fazem o trecho por pouquíssimos euros, partindo de várias cidades (como EasyJet, Ryanair, Vueling, Transavia, FlyBe etc.). Pesquise aqui.
Se estiver em Londres, há centenas de vôos diretos, partindo de vários aeroportos londrinos, para Edimburgo (EDI), com apenas 1h20 de duração.
[Leia post sobre Londres aqui]
- Trem
Viajar de trem dentro da Europa é tudo de bom! Super rápido, confortável, prático, e muitas vezes, barato (mas nem sempre!). Como eu já estava em Londres, achei essa a melhor opção para viajar a Edimburgo, afinal, o trajeto corta tooooooda a Inglaterra, cruza a fronteira com a Escócia, até chegar. O trem vai a muuuuuitos quilômetros por hora mas mesmo assim, achei o caminho bonito.
Viajei de VIRGIN TRAINS, que faz o trajeto de 650km em apenas 4 horas. (parti da estação King Cross em Londres, super central, mas há outros pontos de partida/chegada). Existem outros trens que fazem o mesmo trecho em muito mais horas.
Comprei as passagens pelo site com apenas alguns dias de antecedência e, no dia, cheguei na estação 1 hora antes da partida para retirar os tickets de ida e de volta na máquina (assim, na volta, em Edimburgo, pude chegar na estação apenas meia hora antes). Dica: opte por marcar assento. Em alguns trechos mais urbanos, os trens enchem muito e há muita gente com passagem sem assento marcado. Acabam entrando no vagão cheio e ficam de pé. Se pretende dormir nas 4 horinhas de viagem, escolha um vagão silencioso (há opção na hora de comprar), mas não pode falar no celular.
- Carro
A viagem de carro é muito mais longa (7h30), mas imagino que seja super prazerosa por causa das paisagens rurais. O interior do Reino Unido é lindo! E no caminho passa-se por várias cidades com nomes conhecidos, como Cambridge, Leeds, Newcastle…
Quando viajo, sempre alugo carro pela RentalCars (que compara preços de várias locadoras e realiza a reserva) e funciona muito bem. Recomendo! Pesquise aqui.
HOTÉIS
O melhor lugar para se hospedar em Edimburgo é próximo ao centro histórico (Edinburgh Old Town) e da estação de trens (Edinburgh Waverley). Assim você estará pertinho das atrações turísticas, para explorar tudo a pé. Além de estar na área mais linda da cidade, rodeado de edifícios históricos imponentes.
Recomendo:
Esse hotel é um charme! Meu encanto começou já pelo exterior: um mix de antigo com contemporâneo (uma igreja com 160 anos convertida em hotel em 2003 – apenas a fachada da igreja permaneceu, com seu estilo gótico. A quantidade de vidros utilizada na construção explica o nome do hotel, “a casa de vidro”). Um hotel boutique com 77 quartos muito espaçosos, decoração super aconchegante (a salinha da lareira – “The Snug Lounge” – foi minha parte preferida!), um jardim lindo no rooftop e um restaurante rodeado de verde, que é uma delícia.
No quarto, tinha máquina de café Nespresso e mini bar (tudo cortesia, à parte dos alcóolicos), roupões e pantufas, roupa de cama e travesseiros que eram muuuuito confortáveis (fofinhos), secador forte, ferro e mesa de passar, cofre, muitas tomadas espalhadas e wi-fi grátis (e com sinal forte!).
A localização é um dos pontos mais altos. Desembarquei na estação de trem e fui a pé para o hotel, chegando em poucos minutos! Também está pertinho do centro histórico e de todas as suas atrações (castelo, palácio etc.). Exatamente atrás do The Glasshouse está o Calton Hill, um monte/parque que oferece as vistas mais lindas da cidade. O hotel está a 30 minutos (de taxi) do aeroporto.
Reserve aqui.
Aos pés do Castelo de Edimburgo, em uma das mais belas quadras de Georgian New Town (essa área é considerada Patrimônio Mundial pela UNESCO e é bem descolada).
O hotel ocupa um prédio histórico e é composto por sete residências em estilo georgiano interconectadas. Possui 184 quartos e 15 suítes. No interior, um mix de jovialidade (marca registrada da rede Kimpton) e identidade escocesa “kilt” (ex: couro, tons escuros, xadrez…).
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::: Pesquise mais opções de hospedagem em Edimburgo aqui.
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Comes e Bebes
Não tive muito tempo para explorar a “cena gastronômica” de Edimburgo, mas tenho uns bons achados:
- The Observatory
Endereço: The Glasshouse Hotel – 2 Greenside Place (entrada também pela Leith Walk)
É o restaurante principal do hotel que me hospedei, The Glasshouse, aberto também para não-hóspedes de 17h a 21h30. O ambiente é aconchegante, todo de vidro, rodeado de verde e com vista do Calton Hill. O menu serve pratos da cozinha escocesa contemporânea. Reserve pelo site.
- The Newsroom Bar & Eatery
Endereço: 5-11 Leith Street
Um bar/restaurante super descolado com uma extensa carta de whiskies, coquetéis criativos, cervejas importadas e vinhos. No menu de comida, servido de meio-dia às 21h (almoço e jantar), há burgers e outras comidas informais. O bar fica aberto das 11h a 1h da manhã. O ambiente é muito descontraído e, aos sábados a noite (a partir das 21h) tem DJ tocando. Reserve sua mesa escrevendo pelo site ou pelo telefone 0131 557 5830. Estava bem cheio no sábado!
- The Gardener’s Cottage
Endereço: 1 Royal Terrace Gardens – acesso pela London Road
Um restaurante pequenininho localizado no meio do jardim (o nome não é por acaso – é uma casa histórica no Royal Terrace Gardens, aos pés do Calton Hill). No menu, pratos que mudam a cada dia da semana, feitos apenas com ingredientes sazonais, de produtores locais. Veja o menu do dia postado no site diariamente. Reserve pelo Open Table.
- The Witchery by the Castle
Endereço: 352 Castlehill (The Royal Mile)
Esse restaurante é uma boa opção para quem está buscando um local para almoçar no meio do dia de turismo, pois está na rua principal do centro antigo (The Royal Mile), pertinho do Castelo. O local tem decoração mais formal e serve pratos tradicionais da culinária escocesa. No verão, há um terraço para comer ao ar livre. Reserve pelo site.
- The Bow Bar
Endereço: 80 West Bow
Para fechar a lista de sugestões, claro que não podia faltar um PUB, né?! O The Bow Bar tem cara e jeitão de puuuuub mesmo (muita cerveja e comida típica de pub britânico – mas claro que não pode faltar muuuuito whisky!) e fica no centro histórico, pertinho da rua principal e do Castelo.
Para quem quiser provar um prato bem escocês, peça um “HAGGIS”, que é um bolo (ou melhor, um “salsichão” rs) contendo carne de coração, pulmão e fígado de carneiro, normalmente servido com purê de batatas. Esse eu deixei passar. Por ser um país frio, a culinária da Escócia é muito baseada em carnes e gordura. Come-se tanta salsicha que o alimento está presente até mesmo no café da manhã tradicional (inclusive uma salsicha feita com sangue de porco, chamada black pudding).
Um prato que topei provar e gostei foi a Scotch Pie, tortinha recheada com carne de carneiro moída. Mas quer saber?! O melhor da culinária escocesa é de fato o whisky e as cervejas. Até mesmo para os que não curtem muito bebidas alcóolicas fortes e com sabor marcante. Lá você vai ter que tomar e ainda trazer uma garrafinha para casa! 😀
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O que fazer / Roteiros
Edimburgo é uma cidade pequena e as atrações turísticas se concentram na Old Town, sendo possível explorar tudo em 2 dias inteiros.
O Edinburgh Castle é a principal atração da cidade e não pode ficar de fora do seu roteiro. Indico, inclusive, que seja a primeira coisa a visitar. Trata-se de uma fortaleza super imponente, construída sobre um rochedo. Dentro do castelo, há muitas coisas para visitar, como as jóias da coroa escocesa, as prisões de guerra, canhões do século 15, a Capela de Santa Margarida e o Grande Hall. Todos os dias (exceto domingos) acontece às 13h um disparo de canhão. A entrada custa £16.50 (adultos) + £3.50 se quiser o audio guide, e pode ser comprada lá mesmo. Mas recomendo que compre antes pelo site para evitar a fila.
A Royal Mile é o apelido dado a uma junção de ruas que formam a via principal do centro histórico de Edimburgo, que liga o Castelo ao Palácio de Holyrood (um em cada extremo da rua). Está rodeada de edifícios históricos, atrações turísticas, restaurantes e lojas de souvenirs. É um passeio super agradável.
Uma das coisas que mais gostei em Edimburgo!! A entrada ao complexo custa £12.50 (compre o ingresso na hora) e te dá acesso a 6 andares muuuuito divertidos, com atrações de ilusões de ótica, efeitos especiais e pegadinhas para a mente. Achei super original! No último andar há a Camera Obscura (contei sobre isso no post de Havana, pois também há uma dessas na capital cubana), um equipamento que funciona por meio de duas lentes e um espelho em um periscópio. A imagem é projetada (ao vivo / em tempo real) em uma plataforma côncava em uma sala escura. Um guia vai girando o equipamento e explicando a cidade em 360 graus. Além disso, a vista de Edimburgo lá de cima é bem legal!
Tá aí outra atração que me surpreendeu… Parece até brinquedo do Magic Kingdom (um pouquinho menos infantil por causa do whisky, claro! hehehe). Fiz o Silver Tour, que é o mais básico e custa £14.50 por pessoa, e consiste em um trenzinho (na verdade, um barrilzinho) que vai passando por todo o processo de produção do whisky, com explicações no audio e projeções. Muito bem feito! Depois, entramos em uma sala de aula e aprendemos sobre as quatro regiões produtoras de whisky escocês (Lowland, Highland, Speyside e Islay) e os aromas que marcam as bebidas provenientes de cada uma delas. Escolhemos um dos quatro “tipos” para degustar e o copinho de vidro fica de presente. Ah, e no tour, também visitamos a maior coleção de whisky escocês do MUNDO, que aliás, pertencia a um brasileiro (Claive Vidiz) que a vendeu para a Diageo e hoje a coleção se encontra na Escócia (“o bom filho à casa retorna”, disse o ex-dono da coleção, se referindo às suas garrafas escocesas).
Slàinte Mhath!!!
Pronuncia-se “Slange-va” – what?!?! Onde leram isso?! kkkk
Que significa “saúde!” / “cheers!” no idioma Gaélico Escocês.
Essa igreja foi fundada em 1130, mas o edifício que vemos hoje (que fica na Royal Mile) é datado de 1833 (e o seu interior, de 1883). Tem um formato diferente, já que a torre fica no MEIO da igreja, e não na extremidade. Já teve denominação Católica Romana e hoje faz parte da Igreja da Escócia (Church of Scotland / The Scots Kirk). A igreja é considerada o berço do Presbiterianismo.
O Palácio de Holyroodhouse (ou apenas Holyrood) é a residência oficial da monarquia britânica na Escócia. Fica em uma das extremidades da Royal Mile, oposto ao Castelo de Edimburgo. O local é residência de reis e rainhas escoceses desde o Século 16. A Rainha Elizabeth costuma passar uma semana do início do verão no palácio, todos os anos. Quando a Rainha não está, é possível visitar o palácio por dentro, seus salões e aposentos.
Pertinho da Royal Mile e do Castelo temos o Grassmarket, uma região super viva, com edifícios históricos e cheia de lojas, bares, restaurantes e gente nas ruas. Aos sábados, de 10h da manhã às 5h da tarde, acontece um mercado ao ar livre, com alimentos (frutas, pescados etc.), comida pronta (street food) e artesanato.
Um parque localizado em uma montanha, bem no centro de Edimburgo. Lá em cima há monumentos famosos, como o Monumento Nacional, mas o mais interessante é, de fato, a vista panorâmica que se tem da cidade. No pôr do sol é o horário mais lindo para ir.
No mapa abaixo vocês encontrarão tudo o que foi citado aqui no post:
Espero que também tenham gostado de Edimburgo! 🙂
Beijos, Lala
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[Leia também o post com todas as dicas de Londres – clique aqui]
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